Nesta fase mexediça em que está seria, infelizmente, demasiado perigoso. Agora não conseguiria mesmo dormir sossegada com medo que ele caísse da cama, mas fico completamente derretida a vê-lo dormir no berço nas suas posições estapafúrdias e a sonhar com o dia em que possa cumprir esse desejo, só uma vez de vez quando como me lembro de fazer com a minha avó... Memórias tão doces essas de expulsar o meu avô (dizia na minha inocência que "os avós já não namoravam por isso não precisavam de dormir sempre juntos!" - o riso da família materna toda, ainda hoje) e de adormecer com a história do coelhinho das couves. Não importava que fosse a mesma, o sabor de adormecer assim embalada pelas palavras e pela sua voz é inesquecível.
quinta-feira, agosto 27
Dormir juntinho a ele, um desejo impossível
Nas noites em que ficamos só os dois em casa, o mini e eu, fico com uma vontade louca de o trazer para o pé de mim e de dormir com ele. Ter aquela coisa boa, com cheirinho a bebé do banho recém tomado, a respirar tão suavemente ao meu lado é uma verdadeira guloseima. Quando era mais bebé, chegámos a dormir assim com ele nas manhãs de fim-de-semana e era uma verdadeira delícia. Na verdade acho que não dormia, ficava só a apreciar a nossa obra de arte...
Não
terça-feira, agosto 25
Amour
Esta semana não nos apetecia ver nenhuma americanice, e conseguimos ver finalmente o Amour do Michael Haneke. Para quem não viu, o filme retrata a degradação do membro feminino de um casal e a dedicação do marido até ao derradeiro fim. A história tem tudo para ser de chorar de uma ponta à outra, mas a beleza do relacionamento entre os dois na dignidade com que mantêm velhas rotinas, na forma como preservam algum pudor, nos interesses como a música que preservam e os animam, mesmo durante a doença dela, tornam o filme tão natural que acaba por ser um murro no estômago a seco, sem lágrimas. Pouco conversámos sobre o filme, mantivemo-nos acordados e presos à televisão nos momentos mais silenciosos e difíceis e sinto que fomos dormir aconchegados por nos termos também um ao outro. Muito temos para caminhar até lá mas acho que estamos no bom caminho.
Dilemas de mãe #6
sábado, agosto 22
Vício bom
Naquela cara irresistível de estranheza/surpresa que ele faz quando experimenta algo novo. Tento que isso aconteça de 3 em 3 dias (o prazo mínimo para testar se um bebé é alérgico a um novo alimento). Quando não é um novo alimento é a forma como o apresento. Não gosta de melão triturado, por exemplo, mas adora roer um bocado maior que lhe foi com a mão. Nem tampouco de uvas à colher, gosta que lhe parta aos pedacinhos e que lhe vá dando também entre os meus dedos à boca dele. Os olhinhos dele brilham de felicidade de poder provar o que me vê a comer. O prazer da (boa) comida aprende-se de pequenino e a educação também passa por aqui.
quarta-feira, agosto 19
De mãe para mãe grávida
Gosto de saborear cada fase e mesmo de aprender mesmo com aquelas que não quero lembrar mas ontem, depois de ter estado com uma amiga que está à espera de bebé e que tem as mesmíssimas dúvidas que eu tinha há um ano atrás, fiquei sem vontade nenhuma de estar a viver aqueles momentos de ansiedade agarrada a listas de maternidade, a ter pesadelos com o parto, sem saber exatamente se ia ser capaz de ser mãe. Claro que vou passar por muito disto outra vez quando estiver grávida novamente, e que ainda estou a descobrir tudo sobre ser mãe, mas já não será a mesma coisa nesta espera, já não terei tantas dúvidas como da primeira vez.
O que mais gostava de emprestar a esta amiga, além de roupinhas bonitas e afins, era a certeza que este grande amor nos dá ferramentas mais que suficientes para enfrentar qualquer logística. O que é bom, nesta perspetiva de quem já passou por essa fase, é que afinal não teríamos precisado de ir à loja Y para comprar uma touca XPTO para a maternidade, ou duas "porque eles pedem", de comprar horríveis cuecas descartáveis para a maternidade porque as de algodão dão perfeitamente, de comprar muitos folhinhos, porque o que interessa é mesmo ter os básicos todos à mão, sem floreados, para aproveitar aquela maravilha que de repente nos cai no colo. Também não são precisas fraldas de marca durante meses a fio (as de marca branca até têm menos químicos e fazem exatamente o mesmo), cadeiras da papa que só servem aos 6 meses, pinturas no quarto de que ele só vai usufruir realmente muito depois, cortinados e afins, mas eu sei que queremos dar o melhor ao nosso bebé e que toda esta correria de tratar, comprar tudo quase até ao promeiro ano de idade, pintar, arrumar e até polir rodapés (eu!) ajuda a acalmar os nervos e faz o tempo andar mais depressa.
Corro o risco de querer ser prática demais, mas das poucas coisas que eu sei que posso verdadeiramente fazer por ela, depois da experiência demasiado intensa de visitas que tive em casa, é ser prestável e invisível. Já a alertei que só irei vê-la quando me pedir expressamente e irei munida de comida para ela e para o pai, além de tudo o que me pedirem. Sei que vou olhar para ela, antes mesmo de ver o bebé, e dizer-lhe que vai ser uma grande mãe e que já está a dar lindamente conta do recado. Não farei sala e tentarei não sair sem pôr a roupa a lavar e dar um jeito na cozinha. Depois dos empréstimos, que tanto jeito dão, tenho a certeza que na maior amizade está também o espaço que se dá aos pais quando nasce um filho. A experiência afinal conta mesmo para alguma coisa.
A fotografia é literalmente de há um ano atrás ;)
Querido, quero mudar a casa toda
As férias foram tão boas que me deram imensa energia para arrumar a vida. O facto de saber que, quando começarem os dias mais frios e chuvosos vou perder alguma mobilidade, também me incentiva a querer organizar imensa coisa que envolve andar a fazer voltinhas de carro para aqui e acolá.
Além das corridas que andamos a fazer, separados infelizmente, para alguém ficar com o Henrique, andamos a tratar de imensa coisa cá em casa. Na lista de prioridades está a revisão e alguns arranjos estéticos ao meu Smart, que queremos vender por motivos óbvios, mas também comprar uma cama nova para nós, porque precisamos de melhorar a qualidade do nosso sono e pensar um bocadinho mais no nosso conforto que tem ficado sempre relegado para segundo plano, e ainda uma estante mais segura para a sala para substituir a nossa linda da Altamira (na fotografia), que era dos meus avós mas que, infelizmente, é um verdadeiro perigo para o mini. Queremos também calafetar as portas da rua, para não termos outra conta de eletricidade de 650€ no final do próximo inverno, pendurar uma série de quadros, voltar a organizar o quarto do Henrique para o tornar mais apropriado a um bebé quase andante e tenho também estado a organizar as roupas todas dele e uma série de coisas que quero emprestar a uma das minhas melhores amigas que está grávida. Pelo meio, ainda andamos a pôr as nossas consultas médicas de rotina em dia.
Há tanto para organizar, medir, refletir e tantas contas para fazer no meio disto tudo... mas, na verdade, não estou minimamente cansada destas tarefas! Adoro que estejamos os dois sintonizados no bem-estar da nossa família. Acho que é meio caminho andado para o trabalho dele correr melhor, porque quando chega a casa consegue desligar mais, e o Henriquinho também não precisa de se sentir sempre o centro das atenções. Ao contrário do que se possa pensar, acho que eles gostam muito de nos acompanhar nas atividades de crescidos e de não estarmos sempre em cima deles. E o IKEA, por exemplo, é um belo salão de jogos... demos por nós a dançar com ele na zona dos colchões, e ele fica interessadíssimo a ver todas aquelas coisas novas. Fiquei cheia de vontade de voltar lá, sobretudo num dia de mau tempo, para ficar a brincar com ele na zona dos miúdos, onde há brinquedos diferentes dos de casa, tendas, quartos coloridos... Que felicidade poder focar-me nesta alegria do dia-a-dia, nas coisas simples.
Há tanto para organizar, medir, refletir e tantas contas para fazer no meio disto tudo... mas, na verdade, não estou minimamente cansada destas tarefas! Adoro que estejamos os dois sintonizados no bem-estar da nossa família. Acho que é meio caminho andado para o trabalho dele correr melhor, porque quando chega a casa consegue desligar mais, e o Henriquinho também não precisa de se sentir sempre o centro das atenções. Ao contrário do que se possa pensar, acho que eles gostam muito de nos acompanhar nas atividades de crescidos e de não estarmos sempre em cima deles. E o IKEA, por exemplo, é um belo salão de jogos... demos por nós a dançar com ele na zona dos colchões, e ele fica interessadíssimo a ver todas aquelas coisas novas. Fiquei cheia de vontade de voltar lá, sobretudo num dia de mau tempo, para ficar a brincar com ele na zona dos miúdos, onde há brinquedos diferentes dos de casa, tendas, quartos coloridos... Que felicidade poder focar-me nesta alegria do dia-a-dia, nas coisas simples.
Assinar:
Postagens (Atom)