terça-feira, agosto 25

Amour


Quando o mini adormece cedo e conseguimos jantar a horas, uma das coisas que mais gostamos é de ver um filme. É dos poucos programas a dois que não mudam, porque temos a sorte de ter um bebé querido que nos dá quase sempre noites óptimas. Também adoramos ir ao cinema mas acho que só fomos uma ou duas vezes desde que ele nasceu. 

Esta semana não nos apetecia ver nenhuma americanice, e conseguimos ver finalmente o Amour do Michael Haneke. Para quem não viu, o filme retrata a degradação do membro feminino de um casal e a dedicação do marido até ao derradeiro fim. A história tem tudo para ser de chorar de uma ponta à outra, mas a beleza do relacionamento entre os dois na dignidade com que mantêm velhas rotinas, na forma como preservam algum pudor, nos interesses como a música que preservam e os animam, mesmo durante a doença dela, tornam o filme tão natural que acaba por ser um murro no estômago a seco, sem lágrimas. Pouco conversámos sobre o filme, mantivemo-nos acordados e presos à televisão nos momentos mais silenciosos e difíceis e sinto que fomos dormir aconchegados por nos termos também um ao outro. Muito temos para caminhar até lá mas acho que estamos no bom caminho. 

Um comentário:

  1. Também vi, é marcante: http://vespaaabrandar.blogspot.pt/2014/04/amour.html

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