Cada vez me sinto menos parte dos netos e mais integrada junto dos adultos. Não que isso não acontecesse já há uns bons anos, sobretudo desde que trabalho (há mais ou menos 10 anos) mas parece que, quanto mais passo pelas provas mais duras da vida - e ter um filho é sem dúvida a experiência mais desafiante que vivi até hoje - mais confiante e crescida me sinto. Já não há tempo para dúvidas existenciais, birras de adolescente, vontade de estar noutro sítio. Agora é mesmo abraçar a felicidade de ter nascido nesta família, ainda que sejamos todos tão diferentes, e de termos a sorte de partilhar a mesma história.
No meio destas emoções, o Henrique consegue sempre surpreender-me no fator adaptação. Andamos a rodar de casa em casa quase de semana para semana e ele não parece estranhar assim tanto. Adorou o mimo e a atenção (acho que tem uma paixão pela minha avó que tem um jeitaço inato para crianças, é impressionante como rejuvenesce junto dele), delirou com os patinhos e com o jardim e também se sentiu à vontade para fazer algumas das suas melhores birras. Anda a delimitar terreno, sobretudo a hora da refeição mas, como está um pequeno texugo, não nos preocupamos nada se não comer tudo... Às vezes perde-se a paciência com esta fase em que nos foge para mudar a fralda, só quer aproximar-se das esquinas mais perigosas ou das fichas elétricas e, muitas vezes, ainda temos de dar uma ajuda para adormecer. Depois de um dia menos bom, lá vem um dia excelente em que está bem disposto e em que tudo funciona bem para me dar forças. E entretanto lá fazemos mais uma viagem para visitar os avós de Coimbra.
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