terça-feira, junho 23

5 mitos sobre as mães-que-ficam-em-casa (sobre a minha vida)



1. Deves ter imenso tempo agora
Eu também dizia isto antes de ter filhos, mas acreditem que encavalitar todos os cuidados e estímulos que uma criança precisa, e sobretudo os mimos que lhe queremos dar, já que optei por ficar em casa para isso mesmo, ocupa cerca de 90% do meu dia útil. No resto do tempo, ou estou a cair de cansaço, ou estou a tentar ser dona da casa, mulher cúmplice, filha, neta, nora, cunhada prestimosa, amiga presente, uma espécie de blogger principiante, e ainda a tentar manter-me atualizada na minha área profissional, entre todas as coisas de que gosto e preciso de fazer para me sentir inteira. Nada disto faz de mim uma pessoa cheia de tempo propriamente. Tento é ter prioridades, como toda a gente.

2. Cansas-te de não falar com pessoas
Quando se está em casa com um bebé querido somos o alvo preferido dos tempos livres dos avós e dos amigos, o que é verdadeiramente maravilhoso, por isso falo mesmo com muitas pessoas. Além disso, saio sempre de manhã e à tarde e o meu bairro mais parece uma aldeia. É a D. Dulce das frutas e legumes, a D. Teresa do peixe, a menina da caixa do supermercado que já nos conhece, a porteira, os vizinhos...

3. Agora a tua profissão é ser mãe
Eu gosto muito de ser mãe, de tratar da casa e de arrumar como ninguém aqueles assuntos chatos como ligar para a EDP, resolver chatices na loja do cidadão, aniquilar o bicho da madeira cá de casa, de cozinhar, mas nenhuma dessas funções é a minha profissão. Conto ter dois, três filhos e não sei vou ficar com todos eles em casa. Vou ficar enquanto puder, enquanto sentir que está certo e tivermos condições financeiras para tal ou enquanto não surgir uma oportunidade profissional mais aliciante. A minha profissão passa pela comunicação, assessoria de imprensa, produção de conteúdos para web. São dois mundos diferentes e cada um tem o seu lugar na minha vida, sendo que os meus filhos terão sempre o lugar principal, mas adoro desafios e estou sempre atenta a todas as ofertas dentro da minha área, faço inclusive, sempre que posso, alguns trabalhos em regime de freelancer. Quando tiver de deixá-lo na creche assim farei, sem remorsos. Tenho a certeza que ele será muito feliz se souber que eu também o estou.

4. Deve ser tão aborrecido 
Acreditem que me divirto muito mais com o Henrique, do que com muitas pessoas com quem me tenho cruzado... Tenho imensas saudades da boa disposição da equipa com quem trabalhava, de entrar na sala de manhã e de começar logo o dia com umas gargalhadas, mas não só esta foi a minha escolha por agora, como realmente é hilariante dar gargalhadas consecutivas com um bebé que puxa continuamente pela nossa imaginação e para quem somos uma parte considerável do seu mundo. Não olho definitivamente para o relógio, como se faz em muitos empregos...

5. Deves sentir-te tão presa
É verdade que a maioria dos meus dias são ao serviço das rotinas dele, mas tenho a sorte de ter um bebé bastante bem comportado e consigo levá-lo para imensos sítios, combinar programas de amigas e até reuniões com ele. Os avós ainda trabalham e dois deles vivem em Coimbra, por isso não tenho ninguém que fique com ele dias inteiros, mas tanto eles como as tias, e até amigos nossos, se disponibilizam e fazem babysitting regularmente para podermos ter vida social, para eu poder ir ao médico ou tratar de um ou outro assunto a que não o posso levar. Claramente não penso, ai que chatice que tenho aqui este pequeno estorvo que não me deixa fazer nenhum. Na maior parte das vezes é mesmo - que maravilha de vida é esta, a quem é que posso agradecer esta sorte gigante?

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