terça-feira, junho 2

Hoje foi dia de... Vacinas


Hoje foi um daqueles dias que eu fico feliz por despachar porque não gosto lá muito dele. Foi dia de vacinas. E não é só porque não gosto de agulhas ou porque fico sempre com o coração do tamanho de uma ervilha ao vê-lo sofrer... É porque sinto que o traímos.

Aqueles segundos entre a palhaçada total que estamos a fazer para relaxá-lo, conscientes que é para o bem dele - qual programa familiar de fim-de-semana no jardim -  e a perceção que está algo a magoá-lo muito é dos demónios. Dá mesmo para ver naquele escasso momento de transição na cara dele que fica surpreendido com a nossa atitude miserável. "Vinha eu aqui tão bem disposto e fazem-me isto, seus pais vis?" Depois esquece-se daquilo e fica lindamente, mas eu não. 

3 comentários:

  1. Queria com esta nossa atitude bem disposta que ele nessa altura já fosse mais corajoso que eu aos 5 anos (e com 28!) com estas coisas.... Realmente nessa altura já vai poder reclamar e eu até prefiro explicar-lhe as coisas racionalmente. Também já o levámos a tirar sangue e foi bem pior, realmente.

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  2. Pois eu acho que dura a vida toda... Mas as primeiras vacinas são sem dúvida terríveis. Eu lembro-me que da minha filha mais velha, a Catarina, me preparei psicologicamente para o que ia enfrentar aquando da toma da BCG, mentalizei-me que tinha de ser forte e não chorar e sobretudo não ter o instinto de quiçá agredir a enfermeira... Pois a pequena nem acordou! E ao lado dela estava uma miúda de 18 anos a desmaiar a escorregar por uma parede abaixo. Pensei que era coisa fácil a partir daí e claro que quando foi da 2ª, 3ª e 4º filho a coisa não foi bem igual ... Da 2ª tive vontade de mandar um "chega pra lá" na freirinha adorável que só se ria porque a mãe chorava quase tanto como a filha, da 3ª e 4º filho estava mais concentrada no pai que do alto do seu 1,85m dizia : "então ...há necessidade de picar a criança nas duas pernas, vá com calma" .... Mãe e pai sofrem... Quando são mais velhinhos ficamos todos contentes quando não choram e dizem que são valentes mas, uma coisa é certa, aquela vontade de dar o tal "chega pra lá" nunca me passou :)

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  3. E esse instinto protetor torna-nos tão guerreiras... tão menos preocupadas com a nossa própria dor. É uma nova fase sem dúvida.

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