segunda-feira, julho 13

Henriq(uieto)!


Os dias andam agitados. Há novas movimentações cá em casa. O Henrique de repente começou a gatinhar a toda a velocidade para a frente (já gatinhava, mas só para trás!) e por todo o lado, sobretudo para onde não deve: fichas elétricas (tapar: check!), dvd, box e afins, quer roer as pernas das cadeiras e mesas, bate com a cabeça nas grades da cama por tudo e por nada (as proteções são baixinhas, vamos ter de providenciar melhores). Na hora do nosso banho, a espreguiçadeira, já é para esquecer, vira-se a ele e à cadeira. Andamos por isso em busca de um parque, tipo tábua de salvação, particularmente importante para mim, que estou com ele todo o dia em casa e preciso de fazer coisas prementes como vestir-me, fazer xixi, cozinhar e não posso estar o tempo todo em cima dele a toldar-lhe os movimentos. As investigações estão quase terminadas, por força da urgência. Cá em casa, talvez devido ao cansaço ou à muita vontade de aproveitarmos bem os tempos livres, tendemos a não antecipar muito estas questões e ainda não nos tínhamos dado muito mal. Até agora...

Por outro lado, de há uma semana para cá começou a desafiar-nos, e a sério, com birras de ficar roxo, a bater na colher da sopa e a espalhá-la por todo o lado, a não querer adormecer na hora da sesta, nem no colo, por vezes. Estamos a tentar não deixar passar em branco o assunto para não darmos azo a crises piores. Ler alguma coisa sobre isto mas é tudo tão contraditório - mimos extra vs disciplina.

Para mim, é muito difícil não transparecer que fico zangada naqueles momentos de tensão, canto para fingir que não me está a afetar, tento distraí-lo, resolver o problema de cada birra em particular, mas é inevitável não pensar que em cada gesto o estamos a educar ou a deseducar. As dúvidas são mesmo mais que muitas. No final, por mais desafiantes que sejam os dias, que nem escrever me deixam - ou aproveito as mini sestas para dormir e ganhar forças para as birras seguintes ou começo a escrever e deixo a meio para ir pôr uma chucha ou tentar novamente embalar - não consigo deixar de olhar para ele, deliciar-me com as caras amorosas e dar-lhe ainda mais mimos nos momentos bons, porque não acredito nisso de crianças com excesso de amor. E penso que ele tem tantas outras coisas boas como dormir as noites inteiras desde as nove da noite, e já quase desde o início, que talvez isto seja só uma fase ou que podem ser os dentes a começar a chegar finalmente. Agradeço também ser eu a lidar com isto tudo diretamente e das culpas me poderem ser imputadas, se quiserem ir por aí... Prefiro ser eu a gerir tudo isto durante o dia, e o pai durante o resto do tempo, a eventualmente pensarmos que não estão a tratá-lo bem na creche. Somos os pais com as nossas virtudes e defeitos e estamos a aprender tudo sobre este bebé, tal como ele. Já devem ter reparado que gosto sempre de finais felizes, e de desabafos com conclusões positivas. Às vezes inibo-me até de escrever muito zangada, porque está na minha natureza ver o copo cheio, lutar sempre por dias melhores. Esta é a minha vida e por muitas outras que pudesse ter escolhido é muito fácil chegar à conclusão que esta é a melhor, que tenho tanta sorte e que tudo isto é suado porque é das poucas coisas que merecem realmente mantermo-nos erguidos e unidos. Ainda que às vezes possa parecer, mesmo fisicamente, esgotada e atarefada a resolver a logística toda à nossa volta, trago sempre um par de sorrisos guardados no bolso para estas alturas. E eles sabem como ninguém ir lá buscá-los.

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