sábado, junho 6

O melhor do meu dia: a tia Marta



O Henrique tem a sorte incrível de ter três tias. Duas vivem bem pertinho e não podiam ser mais presentes nos dias dele e isso é mais que precioso. A terceira, a minha irmã Marta, por contingências profissionais, vive fora de Portugal mas sempre que vem cá aproveita cada minutinho com o minúsculo e eu delicio-me com isso. Ver a minha companheira de brincadeiras e arrelias rendida, a construir uma relação com ele, comove-me profundamente. É quase uma confirmação da nossa adultez, da passagem de irmã crescida para mãe, da irmã do meio para tia. Estamos tão crescidas e isso sabe tão bem.

Hoje o encontro dos dois foi definitivamente o melhor do meu dia.

quinta-feira, junho 4

A vida tal como ela é


(Aviso à navegação, para ler rápido como se fossem cláusulas contratuais em letras miudinhas - Para quem achava que os Dias da Mãe seriam só rosas, a gerência - moi-même - alerta que as maravilhas da maternidade incluem infelizmente o que se vai passar a seguir, lamentando o sucedido e prometendo compensar a/o estimada/o leitora/o com dias melhores)

Ontem à tarde sentia-me uma mãe à beira de um ataque de nervos com a casa imunda das obras (que recomeçam para a semana). Valeu-me o meu pai que levou o Henrique a passear para eu poder lavar e esfregar, pelo terceiro dia consecutivo, a casa toda daquele pó finíssimo que penetra qualquer armário, mas até vou fazer de conta que essa parte não existe. 

Hoje, quando já estávamos a tentar voltar às nossas preciosas rotinas, o minúsculo engasga-se no berço durante a sesta. Pego nele aflita, dou-lhe umas palmadas nas costas e vomita tudo à nossa volta e a nós também de cima a baixo. Equilibrismos dignos de um ringue de patinagem para nos tirar aos dois dali. Bebé traumatizado do esforço mas aliviado, confirmo que está tudo bem e, sim, parece mesmo só ter-se engasgado. Limpá-lo, vesti-lo, ele já super divertido com a "brincadeira" e pô-lo a salvo no berço. Uf. Tirar a minha roupa pelo meio para não sujar mais nada e começar a limpar chão, armários, grades exteriores do berço, sapatos arrumados ali perto... Quanto mais limpo mais parece haver para limpar. E mais ele guincha no berço. Limpo afincadamente enquanto canto para ele e ele entretanto ferra, sabe-se lá como. Refugio-me no chão no único canto do quarto que não está a secar, exausta, a precisar urgentemente de um banho e de comer alguma coisa mas a pensar que ao menos isto eu consigo resolver, ao menos nestas coisas eu posso valer-lhe, há males tão piores... O esforço da limpeza num dia como noutro ajudaram-me a encarar melhor o caos à minha volta. Recupero o fôlego e retomo a luta. Ele está bem e isso basta-me.



Coisas que dão imenso jeito: Epark



Como é que há pessoas que ainda não usam o Epark, a aplicação dos parquímetros de Lisboa, senhores? A sério, expliquem-me.
Cada vez que poupo uma caminhada à chuva à procura do dito, com o Henrique a apanhar água, apesar da capa do carrinho - porque não posso deixá-lo sozinho no carro, não é? - ou com ele ao colo, a fazer malabarismos para tirar as moedas da carteira, com ele a querer mexer em tudo o que é botão e a atirar-se para o chão, até me esqueço que os senhores da EMEL podem ser uns sacaninhas. 

Carrego com 10 euros de cada vez no multibanco e quando chego a algum lado é só sacar do telemóvel mal estaciono, programar aquilo (nunca reconhece se é zona verde, amarela ou vermelha, tem de se escolher manualmente mas é fácil - ainda têm de melhorar mas passa vá), ir à minha vida e a 15 minutos do fim recebo um alerta. Se não usar tudo ainda devolvem o dinheiro. Os nervos que se poupam... E isto é apenas com um filho, imaginem com uma ranchada deles a correr em todas as direções. Ouso dizer que é uma das melhores invenções de sempre para as mães e pais lisboetas. 

As mães também se querem vaidosas #1: batom, chique concentrado

Não sou de todo a mãe mais vaidosa de todas. Já fui mais e gostava de voltar a ser. Além das caminhadas diárias pelo nosso bairro para o minúsculo adormecer, não faço exercício de forma constante - mas um dia falaremos mais sobre o assunto, e talvez vocês me ajudem até a ter a determinação que me falta nesse campo - mas agora estou focada noutras coisas, em viver este bebé o mais que posso, para dizer a verdade. Sem vergonhas de não ser completa. Sou aquela mãe que apesar de ter voltado ao peso inicial continua a ter alguns gelados da Artisani, uns bons copos de vinho e uns hambúrgueres a mais na balança, mas cuido de mim, gosto de me arranjar quando saio com o maiúsculo, não vivo sem máscara de pestanas no dia-a-dia e acho que todos nós - mulheres e homens - devemos cuidar da nossa imagem e ter gosto em fazê-lo. Por tudo isso, hoje inicio esta rubrica de coisas que eu gosto e que me fazem sentir tão bonita, como mereço (já dizia o Sr.L'Oréal, mas não teve sorte na lista).

Um bom batom, ou rouge à lèvres para sublimar todo o chique que ele merece na vida de uma mulher, de uma cor assumida ressuscita-nos nos dias em que nos sentimos verdadeiramente arrasadas, é o suficiente para fazer brilhar qualquer top branco (abundam no meu armário em todas as formas e feitios) ou para fazer esquecer que não tivemos tempo para quase mais nada, e dá a confiança extra para entrar em qualquer lado de cabeça erguida, por isso ando sempre com um ou vários na carteira. Na minha pele super branca acho que ficam melhor os rosas ou vermelhos e prefiro aqueles que ficam sequinhos e mates nos lábios e deixam dar beijinhos e fazer todas as coisas com o nosso bebé sem enchê-lo de marcas na roupa. Ficam alguns dos meus preferidos:


Chubby Stick da Clinique (uso o nº 10 Bountiful Blush): são um bom hidratante de lábios com cor, sem termos de nos preocupar se os limites estão todos perfeitinhos ou se estamos a dar cabo da ponta do batom porque é em forma de lápis. Rápido e eficaz, ótimo para todo os dias portanto. [Foi-me oferecido no meio de um milhão de presentes para o Henrique pelas minhas amorosas amigas do trabalho que tiveram a melhor ideia de sempre: mimar a mãe].


Perfect Rouge da Shiseido (uso o RD 516): o meu batom preferido para qualquer dia que precise de confiança, é um rosa forte, feminino e sem quaisquer equívocos - estou com batom de dia e assumo-o.


Sephora Rouge (não sei o número, é um dos mais fortes de todos): foi o meu primeiro batom a sério e adoro usá-lo para sair à noite com a roupa mais básica, mas cuidada, de sempre. A cor tem personalidade suficiente para arrasar o resto.









terça-feira, junho 2

Hoje foi dia de... Vacinas


Hoje foi um daqueles dias que eu fico feliz por despachar porque não gosto lá muito dele. Foi dia de vacinas. E não é só porque não gosto de agulhas ou porque fico sempre com o coração do tamanho de uma ervilha ao vê-lo sofrer... É porque sinto que o traímos.

Aqueles segundos entre a palhaçada total que estamos a fazer para relaxá-lo, conscientes que é para o bem dele - qual programa familiar de fim-de-semana no jardim -  e a perceção que está algo a magoá-lo muito é dos demónios. Dá mesmo para ver naquele escasso momento de transição na cara dele que fica surpreendido com a nossa atitude miserável. "Vinha eu aqui tão bem disposto e fazem-me isto, seus pais vis?" Depois esquece-se daquilo e fica lindamente, mas eu não. 

segunda-feira, junho 1

O Dia da Criança não foi hoje


Obras em casa a começar bem cedo afastaram-nos de programas idílicos neste Dia da Criança e baralharam-lhe as rotinas do sono com o barulho. Queria ter ido à Feira do Livro, comprar-lhe um livro, um balão e rebolarmos na relva. Há um ano por esta altura tinha desejos de farturas de lá mas depois veio a desmancha-prazeres da diabetes gestacional e tirou-me as manias. O melhor que fizemos foi mesmo darmos um daqueles nossos passeios bons de final de tarde, para arejar a casa e deixar secar as tintas e as massas, os dois podres de sono, ele a poder dormir, eu nem por isso. Siga para bingo, o jantar é Mac e o serão Prison Break, que começámos agora a ver pela primeira vez, enquanto o minúsculo dorme até as 07h que nem um santo.

Conclusão: o nosso Dia da Criança não foi hoje, há-de ser noutro dia. Ele ainda não sabe o que é um calendário, e nós temos a certeza que qualquer dia banal com ele é tão mais especial e que só lhe interessam mesmo os nossos sorrisos e beijinhos. 

Sete


Hoje fazes 7 meses, meu minúsculo matulão. Parece que foi há uma vida que te tive dentro de mim e que te sentia às voltas na minha barriga, qual peixinho a crescer à velocidade da luz e a dar grandes turras nas paredes do aquário. Imaginava-te uma miniatura do teu pai porque era o amor maior que tinha, agora tenho dois. E de tanto pensar assim saíste mesmo quase igual a ele (nas alturas mais difíceis posso confessar-te que quase espremia esse pensamento pelos poros todos do meu corpo, sobretudo quando o Dr. Avô te tirou de dentro da minha barriga, e continuo a pensar assim em ti quando me dói alguma coisa ou preciso mesmo de coragem).

Todos os teus meses foram especiais mas acho que vou guardar um carinho especial por este que passou por terem acontecido tantas coisas boas.

...Agora já posso cozinhar para ti muito mais sopas e purés de fruta e ver a tua cara de felicidade a comer o que te preparei com carinho já sentado qual pequeno rei na tua cadeira da papa (e tu um dia vais perceber que a comida é mesmo muito importante na família da mãe, daí o primeiro lugar nesta lista)

...Já te sentas bem direitinho e aguentas mais do que um minuto ou dois nessa posição, por isso podemos inventar brincadeiras novas a partir de agora

...Entreténs-te muito a brincar com as mãozinhas, fazes-me imensa companhia enquanto cozinho (lá está!), tomo banho, arrumo a casa

...Tomaste o teu primeiro duche comigo e avizinham-se muitos mais de paródia completa

... Foste pela primeira vez à praia e não tiveste medo nenhum da areia e da água (só ficaste um bocadinho birrento de cansado mas com o treino chegas lá)

...Tivemos de baixar o estrado da tua cama porque já te penduras todo como se quisesses levantar-te

...Já pões as mãos à volta do meu pescoço quanto te vou buscar ao berço de manhã

...Cortámos-te o cabelo e já pareces um senhor (não paro de olhar para ti e exclamar por dentro o amor que estás!)

...És cada vez mais portátil, posso sair à rua sem sentir que és uma pequena bomba-relógio do choro porque te portas que nem um príncipe (só estranhas bastante as pessoas novas mas eu até gosto disso, às vezes)

...Tenho descoberto ainda mais segredos teus naqueles bocadinhos de pele que te fazem rir à gargalhada e deixei de por base na maior parte dos dias para poderes ensaiar à vontade o campo de aterragem dos teus beijinhos

Tens tudo o que há de bom num bebé pequenino que ainda se embala mas já tens pequenas coisas mesmo boas de "crescido" que eu amo. Cada vez te amo mais, é isso que te queria dizer. Parabéns a ti, parabéns a nós os três.